Data da morte:22/07/1988

Local:Sítio em Patrimônio, zona rural de Barbacena

Jair Augusto de Campos, 45 anos, era lavrador em Patrimônio, zona rural de Barbacena. Em 1970, havia comprado um terreno do seu tio, pai de Joel Augusto de Campos e João Batista de Campos. Nesse local, Jair plantava feijão, alho, milho e capim para pastagem. Seus primos sabiam que a documentação da venda do imóvel não estava devidamente regularizada, mesmo decorridos 18 anos da compra. Por esse motivo, pressionaram Jair, exigindo Cz$ 60 mil e prometeram solucionar o problema. Para conseguir o dinheiro, Jair vendeu uma vaca e o motor de moer capim.

No dia 22/07/1988, Jair voltava do trabalho com a enxada nas costas quando foi abordado pelos primos, que alegavam não querer mais o dinheiro e, sim, as terras. João Batista de Campos rapidamente pegou a enxada de Jair e lhe golpeou várias vezes na cabeça. A esposa de Jair, Maria Imaculada, tentou socorrer o marido e também foi golpeada pela enxada. A filha do casal, Janete, de 12 anos, foi espancada com um banco de madeira.

Ensanguentada, Maria Imaculada conseguiu pedir ajuda a um vizinho que os levou ao hospital, porém, Jair não resistiu e faleceu. Maria passou por cirurgia e Janete recebeu medicação. Mãe e filha sobreviveram e contaram a barbárie. Os criminosos se apresentaram à polícia, porém não foram presos.

O nome de Jair Augusto de Campos é citado nas publicações “Camponeses Mortos e Desaparecidos: Excluídos da Justiça de Transição”, “Relatório final: Violações de Direitos no campo 1946 a 1988”, “1988: Conflitos de Terra no Brasil” e “Fetaemg 30 Anos de Luta: 1968-1998”, porém o município de morte aparece como Prata, ao invés de Patrimônio, distrito pertencente ao município de Barbacena.

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