José Amâncio Rocha
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Data da morte:24/09/1984
Local:Santa Maria do Suaçuí
Felício Germano Mendes, de 31 anos, José Amâncio Rocha, conhecido como “Zé Guedes” e Sávio Gonçalves da Silva eram trabalhadores rurais em Santa Maria do Suaçuí e foram assassinados em circunstâncias não esclarecidas pela pesquisa. Os dois primeiros foram mortos no dia 24/09/1984 e o terceiro no dia 25 de setembro do mesmo ano. De acordo com correspondência enviada pelo então deputado estadual João Batista dos Mares Guia ao presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, solicitando a apuração dos assassinatos de oito trabalhadores rurais ocorridos em 1984, dentre eles dos três descritos acima, as mortes estavam relacionadas com a luta pela posse da terra ou pelo cumprimento de direitos trabalhistas.
Em correspondência enviada por Hilqueas Faria da seção de buscas da Coseg para o coordenador do órgão em 20/11/1984 consta a informação de que para esses três homicídios foram abertos inquéritos policiais, sendo indiciados Geraldo Conrado dos Santos, Júlio da Paixão, Laucides Pereira da Rocha, José Carlos Alvarenga, conhecido como “Jota”, e seu irmão Antonio Alvarenga Rosa. Já em ofício emitido pelo secretário de segurança pública, Chrispim Jacques Bias Fortes, em 18/12/1984, enviado para a secretária particular do governador, consta que:
"a) Quanto a Felício Germano Mendes, o inquérito foi remetido à Justiça da Comarca, tendo sido indiciados Júlio da Paixão, Geraldo Conrado dos Santos, Laucides Pereira da Rocha denunciados, e recebidas as denúncias estando os réus sendo regularmente processados criminalmente. b) Quanto a José Amâncio Rocha, apelidado “Zé Guedes” está em conclusão o inquérito devendo ser encaminhado ao Poder Judiciário. O autor é Antônio Alvarenga Rosa, que já confessou plenamente o crime. c) Quanto a Sávio Gonçalves da Silva, inquérito já foi enviado à Justiça da Comarca, os réus Geraldo Conrado dos Santos e Júlio da Paixão já denunciados pelo Ministério Público. "
Em reportagem do jornal Folha de São Paulo há registro de que Felício Germano Mendes foi assassinado pouco depois de prestar depoimento na polícia sobre um crime de morte e previu que seria o próximo a ser assassinado por causa de uma disputa de terra.
No entanto, a pesquisa não conseguiu obter outras informações sobre a causa das mortes e tudo indica que realmente havia uma disputa de terras entre os indiciados e os trabalhadores rurais assassinados.
Os nomes de Felício, José Amâncio e Sávio Gonçalves constam nas publicações “Camponeses Mortos e Desaparecidos excluídos da Justiça de Transição”, “Relatório final: Violações de Direitos no campo 1946 a 1988”, “Assassinatos no campo: crime e impunidade, 1964-1986” e “Fetaemg 30 Anos de Luta: 1968-1998”.