Data da morte:01/02/1985

Local:Capelinha

José Gomes da Silva foi dirigente sindical e militava junto ao movimento dos boias-frias, no município de Capelinha. Ele foi assassinado a tiros no dia 1º/02/1985, aos 47 anos, próximo a sua casa.

Segundo os registros dos jornais da época o assassino foi o fazendeiro e gerente do banco Minas-Caixa, Arcedino Jardim Meira. Arcedino cobiçava as terras da vítima e havia tentado passar uma cerca por elas. Diante do ocorrido, José Gomes recorreu ao escritório da Ruralminas e ao STR de Capelinha conseguindo que fosse embargada a medição feita para a construção da cerca, o que segundo testemunhas não agradou ao fazendeiro. No dia do crime, Arcedino teria procurado José Gomes da Silva e tentado obrigá-lo, com ameaças, a assinar um documento que dizia que as terras da vítima pertenciam a ele, Arcedino. José Gomes teria novamente procurado o Sindicato para denunciar as ameaças. No mesmo dia, 1º/02/1985, horas mais tarde, José Gomes foi encontrado morto.

Três meses após o assassinato, Arcedino foi indiciado em processo por homicídio e, segundo consta no jornal Informativo da Terra, teria dito que: “diversos crimes acontecidos em Capelinha continuam impunes e que esse cometido por ele [Arcedino] poderia também permanecer com a autoria desconhecida.”

O nome de José Gomes da Silva consta nas publicações “Camponeses mortos e desaparecidos: Excluídos da Justiça de Transição”, “Relatório final: Violações de Direitos no campo 1946 a 1988”, “Assassinatos no Campo: crime e impunidade 1964 – 1985”, “Retrato da Repressão Política no Campo – Brasil 1962-1985 – Camponeses torturados, mortos e desaparecidos”, “Conflitos de terra, vol. I, 1985”, “Conflitos de terra no Brasil, 1985” e “Fetaemg 30 anos de luta: 1968 a 1998”.

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